Este blog é para aqueles que, como eu, sempre que viajam de ônibus, carro, avião, jegue ou seja lá o que for, sempre aproveitam esse tempo para pensar, refletir sobre a vida ou mesmo distrair-se para o tempo passar mais rápido!! Boa viagem!!

domingo, 28 de junho de 2009

Tu e eu. Outro do Veríssimo!

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
En não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

A-do-ro o Veríssimo!!

Antes de tudo eu preciso dizer que estou me apaixonando.
Eu já tinha um certo conhecimento, uma leve paquera, mas que tinha ficado meio pra trás.
Agora ela vem vindo com tudo.
Ah que saudade de ti (nessas épocas de TCC) Veríssimo!


Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender (Luis Fernando Veríssimo)

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.


Texto retirado do site: http://www.pensador.info/autor/Luis_Fernando_Verissimo/

terça-feira, 9 de junho de 2009

A metamorfose

"Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e descobriu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Acionou suas antenas e não tinha mais antenas. Quis emitir um pequeno som de surpresa e, sem querer, deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. O seu primeiro pensamento humano foi: que vergonha, estou nua! O seu segundo pensamento humano foi, que horror! Preciso me livrar dessas baratas!
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia o seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto da cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa, caminhando junto à parede, porque os hábitos morrem devagar. Encontrou um quarto, um armário, roupa de baixo, um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata. Maquilou-se. Todas as baratas são iguais, mas uma mulher precisa realçar a sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia? Tinha educação? Referências? Conseguiu, a muito custo, um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas, era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente. As baratas comem o que encontram pela frente. Vandirene precisava comprar sua comida e o dinheiro não chegava. As baratas acasalavam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Se conhecem, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai dar? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho. A primeira noite. Vandirene e seu torneiro mecânico. Difícil. Você não sabe nada, bem? Como dizer que a virgindade é desconhecida entre as baratas? As preliminares, o nervosismo. Foi bom? Eu sei que não foi. Você não me ama. Se eu fosse alguém você me amaria. Vocês falam demais, disse Vandirene. Queria dizer, vocês, os humanos, mas o marido não entendeu; pensou que era vocês, os homens. Vandirene apanhou. O marido ameaçou de morte. Vandirene não entendeu. O conceito de morte não existe entre as baratas. Vandirene não acreditou. Como é que alguém podia viver sabendo que ia morrer?
Vandirene teve filhos. Lutou muito. Filas de INPS. Creches. Pouco leite. O marido desempregado. Finalmente, acertou na esportiva. Quase quatro milhões. Entre as baratas, ter ou não ter quatro milhões não faria diferença. A barata continuaria a ter o mesmo aspecto e a andar com o mesmo grupo. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Trocou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer e dar de comer de tudo, a cuidar onde colocava o pronome. Subiu de classe. (Entre as baratas, não existe o conceito de classe.) Contratou babás e entrou na PUC. Começou a ler tudo o que podia. Sua maior preocupação era a morte. Ela ia morrer. Os filhos iam morrer. O marido ia morrer - não que ele fizesse falta. O mundo inteiro, um dia, ia desaparecer. O sol. O universo. Tudo. Se espaço é o que existe entre a matéria, o que é que fica quando não há mais matéria? Como se chama a ausência do vazio? E o que será de mim quando não houver mais nem o nada? A angústia é desconhecida entre as baratas.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado de novo numa barata. Seu penúltimo pensamento humano foi, meu Deus, a casa foi dedetizada há dois dias! Seu último pensamento humano foi para o seu dinheiro rendendo na financeira e o que o safado do marido, seu herdeiro legal, faria com tudo. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu em cinco minutos, mas foram os cinco minutos mais felizes da sua vida. Kafka não significava nada para as baratas".

VERÍSSIMO, Luis Fernando. O Gigolô das palavras. Porto Alegre, L&PM, 1982.

sábado, 16 de maio de 2009





Eu confesso, sem pressão, que eu sou uma menina infeliz.
É, menina mesmo.
Eu até cheguei a pensar que tivesse me tornado uma mulher.
Não pelo hímem ou pela idade, mas pelas coisas que vinha pensando
e vivendo.
Descobri que não. Uma mulher, uma "adulta" não tem de se submeter ao mundo.
Tem coragem de fazer as coisas pelas quais tem vontade.
Ahh, essa maldita coragem que me falta.
Provavelmente eu não estaria mais aqui.
Não sei onde estaria, mas não aqui, de certeza.
De preferência um lugar que não precisasse ser longe,mas que não
me ligasse a nada dessa terra cinzenta.
Também não precisava ser numa terra colorida, sendo que eu pudesse viver me bastaria.
Ah, e o infeliz?
O infeliz.
É, na maioria dos dias eu não diria isso.
Na maioria dos dias eu teria um sorrisão e uma piadinha na ponta da língua.
Na maioria, não hoje.
Hoje é daqueles dias que a verdade se coloca na nossa frente
e é impossível não vê-la.
Essa minha coisa de usar o húmor como máscara...


E quer saber o que eu mais odeio?
Essa coisa de aparecerem coisas na vida que nos dão esperanças.
Esperança é um placebo mesmo.
Pena que não funcionem tão bem quanto as pilulas de farinha do Frei Galvão.
A esperança faz com que saiamos do estado de realidade que vivemos, faz com que sonhemos, que planejemos e pra quê?
Pra não acontecer nada daquilo que esperamos.
Não importan se é um amigo novo, uma graninha a mais, um namorado,
uns quilos a menos; tudo vem pra nos enganar.

Não se engane, caro leitor, o mundo é mesmo essa merda
que pensamos que é, nos dias chuvosos que temos que sair a pé.


Tem dias que dormir pra sempre não parece tão má idéia.


Sem assinar, meu humor não tá pra isso hoje.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Amo Neruda e outros mais....

Neruda, o Pablo, que me desculpe, mas não consegui
escolher dentre um de seus sonetos.
Hoje vou utilizar três deles pra compartilhar:

XXV

"ANTES de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,

tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono."




VII
"VIRÁS comigo', disse, sem que ninguém soubesse
onde e como pulsava meu estado doloroso
e para mim não havia cravo nem barcarola,
nada senão uma ferida pelo amor aberta.

Repeti: vem comigo, como se moresse,
e ninguém viu em minha boca a lua qeu sangrava,
ninguém viu aquele sangue que subia ao silèncio.
Oh, amor, agora esqueçamos a estrela com pontas!

Por isso quando ouvi que tua voz repetia
'Virás comigo', foi como se desatasses
dor, amor, a fúria do vinho encarcerado

que de sua cantina submergida soubesse
e outra vez em minha boca senti um sabor de chama,
de sangue e cravos, de pedra e queimadura."





XI
"TENHO fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado em tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe."




Ah Pablo (esses Pablos da minha vida!), para de ler meu coração!


Giana, a nova!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cuidado!




Tenha muito cuidado com os pedidos/desejos que fizer.
Eles sempre podem ser atendidos e você não saber o
que fazer com eles.

Muito cuidado MESMO!


Giana.
A que sabe que não é mais uma menina, mesmo tendo espírito de uma.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Tá de brincadeira né!

Porque eu sou burra!

Muito, mas muito, mas muito mesmo!
E de um jeito que eu nem sei explicar.
E nem tem nada haver com escola/faculdade/contadecabeça.
Essas eu me garanto.
Tem haver com emoções.
SErá que existe aula de reforço pra asnos sentimentais?
Se souberem, nem me avisem. Me matriculem direto......

Exagero?
Ahhh tá de brincadeira né!
Para e pensa um pouco.
Pra quê tantas conexões neurais se na hora que elas deveriam
servir elas fogem como a concentração nas aulas chatas?
Essa vida é engraçadinha mesmo.
Mesmo mesmo mesmo.

E nem adiantam promessas de fim-de-ano (ainda escreve assim?),
nem promessas depois de um porre,
nem pensamentos sob uma crise moral,
nem pensamentos de insônia.

Talvez só os pensamentos de busão me salvem, mesmo.

Sem assinatura.
Nem sei se sou eu....

sábado, 7 de fevereiro de 2009





Tá ruim mas tá bom............... hauhahuahuahuahuah.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Graaaande comentário!

Este é o meu comentário sobre o texto no blog de um amigo:
(se vc quiser ler o texto antes do comentário está em: http://www.sujeitoinconveniente.blogspot.com/2008_06_01_archive.html, mas preciso dizer que a ordem dos fatores não altera o produto!)

"Olha, que texto bom!

Pois é. Eu sou e não sou fumante.
Já fumei. Aliás, acho bem difícil quemn já não tenha tentado pelo menos uma vez na vida.
Comecei assim, como os meus amigos dessa idade, comecei por puro tédio num dia em que não havia nada pra fazer.
Fomos pra uma festa e como a festa não oferecia nada de bom, resolvemos conhecer o dito cujo do cigarro. Devo dizer que pra mim aquele foi um grande passo, levando em conta que tinha acabado de voltar de uma temporada de 3 anos num convento. Estava com 15 anos e desde o nascimento tinha problemas respiratórios. Lá se foi eu conhecer o diabólico. Que nada. Nem consegui traguear: "nossa, mas que troço chato que não faz nada além de deixar a gente com mal cheiro", pensei eu.
Dali um mês, naquelas festas libertinosas de amigos, eis que não satisfeita com meu insucesso, resolvi tentar de novo. E não é que deu certo! Sim, tanto que só vi o mundo girar e eu me indo ao chão. Era meu pulmão problemático gritando!
O tempo passou e eu continuei fumando, de fim-de-semana, com amigos e com bebida. Só essa mistura fazia com que eu fumasse.
Era o topo da provocação, da transgressão.
Não era como o sexo. Que se praticava as escuras, a dois.
Era na frente de todos os amigos, e depois na frente dos amigos dos amigos e no fim, na frente daqueles que não iriam contar aos pais.
Mas passou. Talvez porque as companhias mudaram. As de agora fumam, mas não representam tudo aquilo que as outras eram.
Eu fui diminuindo, diminuindo.
Depois comecei me sentir mal com a saliva grossa e com o cheiro do outro dia.
O último motivo foi um garoto, eu não queria "feder" fumaça perto dele.
E assim se foi.
Eu era fumante. Ou sou ainda? Dizem que só depois de anos é que se pode considerar um ex-fumante. Bom, estou me esforçando pra que logo possa carregar esse título.
Eu não sei bem certo o que sou, mas ainda naum quero cheirar mal para aquele garoto!

Eita, acabei escrevendo um texto também.
Me empolguei!

Bjoo

Obs. Pra mim, nunca foi um prazer solitário."

(OTTO, Giana Prevedello, 2009)