Este blog é para aqueles que, como eu, sempre que viajam de ônibus, carro, avião, jegue ou seja lá o que for, sempre aproveitam esse tempo para pensar, refletir sobre a vida ou mesmo distrair-se para o tempo passar mais rápido!! Boa viagem!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Quando "cai a ficha".



Desde pequena participei do CTG e por muito tempo ele esteve presente na minha vida.
CTG = Centro de Tradições Gaúchas, lugar onde desde pequenos aprendemos as características
culturais do povo do qual somos descendentes.
As pessoas que não conhecem essa realidade sempre me perguntam sobre chimarrão e churrasco.
Não as condeno. Essa é a imagem que vendem da nossa tradição. Mas ela é mais que isso.
São as danças, as declamações, as histórias, o jeito que um peão e uma prenda devem portar-se para
a boa convivência e respeito de todos.
Eu me lembrava dessas coisas. Lembrava da alegria de dançar, de conviver com os amigos, das apresentações para as pessoas da nossa cidade, das participações nos rodeios artistícos.
Tantas boas lembranças....

Era disso que eu me lembrava.

Ao chegar lá primeiramente me deparei com aquele ar de magia com o qual me lembrava, mas depois de 10 minutos lá comecei lembrar de todos os outros detalhes que não tinham sido contemplados no meu arquivo de memórias mágicas.
Nesse arquivo não tinha salvado como era chato conviver com os guris da nossa idade que uma hora agiam como "crianças"correndo por todos os lados e gritando e em outras queriam ser os Dom Ruans com suas cantadas e passadas de mão insultantes.
Aí como eu odiava essas coisas. Essas misturas entre pares de dança e pares de casal.
Saco!

Também havia me esquecido como era frustrante ir em todos os ensaios e nos dias que tinha competição as pessoas que quase nunca iam no ensaio irem e detonarem com os nossos pontos.

Não gostava de nunca ter um lugar para ensaiar, sendo que muitas e muitas vezes ensaiamos na rua mesmo.

E que saco quando inventavam uma coreografia que nem nós engoliamos e ainda tinhamos que apresentar aquilo para as outras pessoas.

Que saco, que saco, que saco.

Ali, sentada assistindo aquele ensaio comecei pensar em quantas coisas a nossa memória acaba manipulando.

Passei duas semanas pensando em muitas coisas da vida.
Quantas lembranças que eu tinha como ruins que comecei observar e na verdade não eram tão ruins como eu pensava.
Mas o pior: quantas pessoas e lembranças que eu tinha guardadas na pasta de mágicas ou perfeitas e que no fundo deviam estar na pasta de coisas sem graça.

Que faxina que eu precisei fazer.
Muita coisa não foi jogada fora mas foi preciso que trocassem de lugar.

E eu que vinha mexendo mas minhas memórias mágicas vi, como num passe de mágica, coisas que eu estava encarando como sagradas virarem banais.
Uma pessoa em especial que eu só lembrava das coisas boas e das qualidades e que rapidamente comecei me lembrar dos defeitos e de todos os motivos que me levaram a tomar todas as decisões que tomei.

Me sinto tão mais leve.
Encontrei nesse faxina a parte de mim que eu nem sabia que tinha perdido.

A trilha sonora da vez é o maravilhoso som da moeda caindo.
E que, por mais dolorosas que sejam, que mais moedas continuem caindo.
A realidade é doida quando se apresenta mas é libertadora.
Amém.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Me deixa aqui. Só mais um pouco....

Sabe quando você anda assim, meio sem saber o que falar?
Não, não, não é isso.
Sabe quando você não quer explicar o que você falou porque nem você sabe porque disse aquilo?
Então, o aplicativo de notas do meu celular está cheio de temas e textos incríveis que eu tive pro blog.
Mas e se alguém comentar?
Eu nem vou ter forças ou motivação pra responder.
Então deixei tudo meio anotadinho lá.

E também porque eu não ando cheia de certezas pra nada ultimamente.
Mentira, não é bem isso também.
É mais um cansaço.
Dizer não muda as coisas.
Ficar em silêncio também não.
Correr atrás das coisas? Têm me trazido coisas mais ruins ainda.

Quer dizer, não bem ruins.
Tem me aberto os olhos.
Não que eu não visse o mundo, mas é que o que estava ocupando minha atenção era um mundo
de fantasia, maravilhoso.
Um desses onde a Alice um dia foi parar.
Se tem coelho apressado e chapeleiro maluco?
Não, mas tem príncípes que nunca se transformam em sapos.
[Pode acreditar, sapos são muito mais interessantes que príncipes.
Esses últimos estão sempre impecáveis, com suas caras de bons moços, com
seus cabelos bem arrumados e com aquela apatia de sempre.
Eles até saem em busca da princesa, mas é sempre daquele jeito tradicional, matando o mesmo dragão ou
bruxa.
Pior, hoje em dia eles só fogem deles, nem matar matam mais].

E como recém nascido sou eu, tendo que abrir os olhos e encarar esse mundo doidão.
Tão mais gostoso, tão mais aconchegante aqui dentro no meu mundinho. Quentinho.
Não quero sair não.
Vou ficar mais um pouquinho.

Escuta aí o vídeo da bela obra que me provocou todos esses sentimentos e me deixa aqui mais um pouco.
Quietinha. Quentinha.



sábado, 7 de julho de 2012






               "As pessoas suportam tudo. Às vezes elas procuram exatamente o que será capaz de doer ainda mais fundo, o verso justo, a música perfeita, o filme exato, punhaladas revirando um talho quase fechado, cada palavra, cada acorde, cada cena, até a dor esgotar-se autogáfica, consumida em si mesma transformada  em outra coisa que não saberia dizer qual era".

Caio Fernando Abreu.



               

terça-feira, 19 de junho de 2012

Quando me perco é que me acho.

Tenho percebido que meus textos, discusos, conversas, pensamentos andam desconexos.

Num mesmo paragráfo eu digo e me "des"digo.
Quando um amigo me disse isso eu irritei-me na hora.
Como assim? Esse gurizinho me questionando.
Comecei prestar atenção nas coisas que tinha dito/escrito.
E não é que o paulista estava certo!

Sabe quando você não tem um caminho pra ir, que qualquer estradinha que abrir é um alivio?
Mas você também não sabe se quer muito essa estradinha, então quando aparece outra você
entra na outra, e em outra, e em outra.
E ai? Quando se dá conta, nem lembra mais aonde estava tentando chegar.
Geralmente nesse momento aparece uma encruzilhada.
Estradas grandes. Nada de estradinhas.
Estradonas. Vias expressas.

E tenho percebido mais:
eu sempre corro aqui pro blog quando estou meio confusa.
Preciso escrever, visualizar minhas idéias, mesmo que estejam assim, confusas.
E dei uma olhada nos outros textos.

Sassenhora!!
Quem era aquela pessoa que escrevia?
Não pode ser eu!
Não pode.
Ou pode?
Pode.

Meio que me caiu a ficha.
Aquilo que sou foi construído a partir das estradinhas pequenas, das idas e vindas.
E das voltas.
Porque as encruzilhadas são poucas, mas o caminho é o tempo todo.
Então eu sou feita de todas essas buscas, e essas incertezas.
Pode isso Arnaldo?

Então me sinto feliz, por me permitir toda a vida a me questionar, a me sentir confusa.
A caminhar pelas estradinhas.
As vias expressas são claras, rápidas, certas.
Mas são tão chatas.
Sem falar que se chega mais rápido ao caminho.
Acabei de sentir uma certeza em mim: a vontade de não seguir (sempre) pelas vias expressas.
Quero ver as flores que nascem à beira das estradas, quero ver a paisagem, um ou outro animal que passa.

 E que seja bem vindo esse novo período cheio de dúvidas, incertezas e aprendizados.




terça-feira, 12 de junho de 2012

Love is in the air S2







O dia dos namorados.
O tão esperado dia dos namorados.
Desde os que fazem planos para comemorá-lo desde por aqueles que querem esquecê-lo.
O amor. Um parceiro.
Tema tão complexo desde as cavernas até hoje.
Se o ser humano é um "bicho" social e feito para viver aos pares, por que tanta gente sozinha?
(deixa de fora os que vivem em três, quatro..... um harém).
A tão fascinante arte/sorte de encontrar um par.

Nos faces da vida vê se bem esses  públicos: os que ostentam seus relacionamentos, os que gritam enlouquecidamente a procura de um, os que fogem dele, e os que dizem não se importar mas não param de conferir a caixa de entrada do celular, do e-mail, do facebook, da frente da casa, do telefone...

Eu até ia dizer que existem os que dizem que não querem mas que é mentira porque ninguém quer ficar sozinho.
Até que me lembrei de uma fase pessoal, onde apesar de querer uma coisa boa pra mim, o medo de um
relacionamento era bem maior que esse desejo bom.
As vezes um coração machucado custa a recuperar-se. E não adianta colocar uma enfermeira gostosona na frente dele. O corpo pode até gostar, mas o coração é um outro nível.
Precisa de tempo, de coragem.

É. Coragem.
Taí uma palavra que devia vir grudada junto com relacionamento por um hífen.
Não há relacionamento sem coragem.
Ou equilíbrio? Ou entrega? Ou loucura?

Tudo. Tudo e muito mais.
Muito, muito mais.

Eu acho o amor lindo, gostoso.
Tanto que tô querendo um pra mim também.
Será? Agora?
Ai meu Deus. Agora sim!
Sim, sim, sim!

Me dêem licença.
Vou correr comprar um Santo Antônio pra pôr de cabeça pra baixo.

Bjos e boa madrugada pros enamorados...    ;)

terça-feira, 5 de junho de 2012

São Paulo: eu tenho uma queda por você.

BUENAS!

Sim, ainda me encontro em São Paulo.
Engraçado, como a minha cabeça tem usado muito a combinação dessas palavras: me - encontro - São paulo.
Nada de coincidência, essas coisas não existem.
Tenho encontrado mesmo muita gente. Amigos, família, pessoas novas.
Que delícias de encontros.
Mas mais que isso, tenho me encontrado.
Já comentei aqui no blog que as viagens, principalmente de ônibus, me ajudam
pôr os pensamentos em ordem, as claras.
Essa viagem foi além do normal.
Tanta coisa vivida, tanto sentimento revirado, aflorado, exposto, transformado.
Já comentei com uma amiga especial que notei que nos últimos tempos tenho apenas sobrevivido.
Uma hibernação que se estende ao verão. Saca?
Bela adormecida,
Lagarta no casulo,
vinho na pipa.
Só que cansa, dói a bunda, enferruja as articulações, enfraquece o espírito.
Essa falta de movimento entedia.

Preciso comentar sobre São Paulo.
Eu, criada a maioria do tempo, lá no oeste catarinense, tinha um grande preconceito com São Paulo (cidade e estado).
Era o pior lugar do mundo.
As informações selecionados e distorcidas que os noticiários forneceram ajudaram muito.
Eu nunca fui de receber uma informação mastigadinha e engoli-lá, mas nesse caso foi bem assim que aconteceu.
Até que minha tia, que mora aqui há 20 anos, me ligou dizendo que me daria o vestido de formatura, mas com a condição de que eu viesse à São Paulo para escolhe-lo.
E vim. E me surpreendi. E me encantei.
E vi que você pode caminhar pela calçada, que não precisa construir um abrigo subterrâneo e viver fechado nele para que não seja assaltado, sequestrado...
E caiu por terra milhares de imagens e medos que tinha como verdadeiros.
Não que essas coisas não aconteçam, mas elas não acontecem a cada 10 minutos com todas as pessoas.
Depois de 15 meses voltei.
E me apaixonei.
Como já vim sem tantos temores e disposta à conhecer e aproveitar tudo o que a cidade tem a proporcionar: conheci lugares espetaculares, pessoas interessantíssimas.

Mas não é um amor cego.
É triste perceber que tem tanta gente, mas que seu circulo de pessoas é tão restrito.
Que chegar em 5 ou 10 minutos ao trabalho é um luxo de cidade pequena.

Muitas considerações feitas.
Muitas portas abertas.

Nem 8, nem 80.
Conheci o interior paulista.
Ahhhh, o interior paulista!
Com jeito e ares de cidade pequena, misturado com possibilidades das cidades grandes.
E que paisagens, e que pessoas!
Deslumbrante.

E em meio a tudo isso eu me pergunto:
onde é mesmo meu lugar no mundo?                                           
E lembro da frase tão copiada pelos faces da vida (e que eu ainda não sei o autor) mas:
O SEU LUGAR É ONDE SEU CORAÇÃO QUER ESTAR.

Esse texto, enfim, é para me retratar com essa adorável terra, acolhedora de tantas pessoas, de tantos lugares, de tantas culturas.
São Paulo, eu tenho uma queda por você!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

De volta na estrada.

Volto eu pra estrada. Quanto tempo! Eis que minha bunda senta nas tão usadas poltranas pra minha cabeça voar, voar e voar. São tantas coisas que vão passando pela minha cabeça e eu pensando: preciso pôr isso no blog. Algumas dores de cotovelos, as tentativas desesperadas e inuteis de negá-las. Como a gente fica idiota quando tem os sentimentos feridos. Tão, tão idiotas! E o que o busão tem a ver com isso? Tempo de sobra pra pensar sem mais distrações pra se entreter. Eu vou observando a paisagem e meus sentimentos. Tudo culmina num turbilhão: trabalho, falta de trabalho, concurso, dinheiro, pós-graduação, família, perspectiva, carinho, relacionamento, amizade, conhecimento, conta, desconhecido. Muita coisa. E nem dá tempo de ir resolvendo uma por vez. Tudo explode. Hiroshima, Nagasaki.