Tenho percebido que meus textos, discusos, conversas, pensamentos andam desconexos.
Num mesmo paragráfo eu digo e me "des"digo.
Quando um amigo me disse isso eu irritei-me na hora.
Como assim? Esse gurizinho me questionando.
Comecei prestar atenção nas coisas que tinha dito/escrito.
E não é que o paulista estava certo!
Sabe quando você não tem um caminho pra ir, que qualquer estradinha que abrir é um alivio?
Mas você também não sabe se quer muito essa estradinha, então quando aparece outra você
entra na outra, e em outra, e em outra.
E ai? Quando se dá conta, nem lembra mais aonde estava tentando chegar.
Geralmente nesse momento aparece uma encruzilhada.
Estradas grandes. Nada de estradinhas.
Estradonas. Vias expressas.
E tenho percebido mais:
eu sempre corro aqui pro blog quando estou meio confusa.
Preciso escrever, visualizar minhas idéias, mesmo que estejam assim, confusas.
E dei uma olhada nos outros textos.
Sassenhora!!
Quem era aquela pessoa que escrevia?
Não pode ser eu!
Não pode.
Ou pode?
Pode.
Meio que me caiu a ficha.
Aquilo que sou foi construído a partir das estradinhas pequenas, das idas e vindas.
E das voltas.
Porque as encruzilhadas são poucas, mas o caminho é o tempo todo.
Então eu sou feita de todas essas buscas, e essas incertezas.
Pode isso Arnaldo?
Então me sinto feliz, por me permitir toda a vida a me questionar, a me sentir confusa.
A caminhar pelas estradinhas.
As vias expressas são claras, rápidas, certas.
Mas são tão chatas.
Sem falar que se chega mais rápido ao caminho.
Acabei de sentir uma certeza em mim: a vontade de não seguir (sempre) pelas vias expressas.
Quero ver as flores que nascem à beira das estradas, quero ver a paisagem, um ou outro animal que passa.
E que seja bem vindo esse novo período cheio de dúvidas, incertezas e aprendizados.
No. 129 - Cadê Teresa
Há 5 anos